Este primeiro trimestre de 2016 tem sido bem emocionante para quem vive na pele uma crise política, econômica e de valores. Sou de uma geração que viu os pais sofrendo lá atrás com a alta inflação, os cortes financeiros, as quebras de bancos, o bloqueio dos bens e a escassez de produtos. Tempos que, para esta geração que nasceu numa situação estável e com “tudo favorável” (parodiando o rapper), tem muito a aprender.
Como empreendedor, professor, articulista e pai de família, acabo analisando muito esta ecoesfera em que vivemos. Ouvindo e vendo histórias que são as mais diversas neste momento tão especial. As histórias mais comuns que tenho ouvido são as de pessoas que estão perdendo os seus empregos por conta do desaquecimento da economia e do consumo. E muitos começam a pensar em empreender, pois não encontram emprego já que estão numa idade “mais avançada” para o mercado ou porque se especializaram demasiadamente. Tem também aqueles que não querem mais ter chefe e dizem que sempre sonharam em ter seu próprio negócio.
Sim, talvez seja a hora de aflorar aquela vontade de ter o seu próprio CNPJ e alugar uma sala para começar algo. Mas as perguntas que sempre faço são: o que? Para quem? Como? Por que? Onde? Quanto vai custar? Entre outras…Enfim, é uma quantidade enorme de perguntas para que este início seja com muita consciência e certeza. Tem todo um movimento que diz “bota para fazer” e incentiva estes empreendedores a começarem algumas versões do seu negócio. Porém, mesmo dentro deste movimento, existe um mínimo de questionamentos a serem respondidos.
Estes questionamentos geralmente acabam sendo a base para um plano de negócios ou um planejamento estratégico de uma empresa nascedoura. Contudo, em momentos turbulentos como este que estamos passando, para buscar a perenidade desta nova empresa, existe mais um fator que se chama confiança.
Este tema que faz com que as pessoas busquem fazer os seus negócios mais sustentáveis, não só economicamente, mas socialmente responsável e ambientalmente correto. A confiança para com os seus primeiros empregados ou com o seu fornecedor é fundamental neste início.
Esta palavra acaba com relações e com países. Vimos os vários índices de confiança do nosso país sendo rebaixados para as questões econômicas. Estamos vendo empresas internacionais saindo do país e lojas fechando. Um movimento dos líderes políticos ou uma descoberta de mais uma corrupção, faz com que a bolsa caia e o dólar suba.
A confiança de criar um negócio, que mesmo tendo o país em crise, pode prosperar e aumentar ainda mais. A crise pode muitas vezes ser o diferencial para que um empreendimento dê certo.
Por exemplo, nesta crise hídrica na região sudeste do país, as empresas de caixa de água aumentaram muito suas vendas. Ou então, com o aumento das tarifas de energia, as empresas de energias alternativas, como a solar, tiveram a oportunidade de entrar em alguns mercados.
Com certeza, se estas empresas não tivessem esta tal da confiança e não tivessem olhado a crise como uma oportunidade, não teriam tido o mesmo resultado.
Temos muito que aprender com as gerações anteriores de empresários e empreendedores, sem com isso perder a criatividade atual e a confiança no nosso sonho e plano de negócios. A perenidade do seu negócio será apenas o resultado de que tudo está correndo muito bem, obrigado!
Não podemos deixar morrer a confiança neste nosso país.