O termo sustentabilidade está sendo utilizado de diversas formas por empresas, políticos, professores e produtos. Muitos dizem que o termo é uma moda passageira que os profissionais de mercado estão utilizando para poder vender mais produtos e serviços. E agora também para conseguir votos.
Não acredito que seja algo transitório, mas sim perene, pois é um termo que as pessoas estão incorporando em seus negócios, trabalho, dia a dia, produtos e serviços. Pensar nas suas atitudes hoje para que as demandas atuais e do futuro sejam atendidas, esta é a principal ideia do desenvolvimento sustentável. No caso das empresas, o tema leva em consideração não só o lucro pelo lucro, mas também os impactos sociais e ambientais em todas as suas atitudes.
Mas quais são os desafios de implementar este conceito nas empresas, sejam elas grandes ou pequenas? Nestes anos trabalhando com o tema dentro de grandes corporações, orientando pequenas empresas e dando aulas e palestras, listo abaixo alguns dos principais dilemas que encontro:
1. Não entendimento do assunto: é muito claro que muitas pessoas não entendem a sustentabilidade no seu conceito mais amplo, muitos resumem o tema somente a questões ambientais;
2. Mais custos: muitas empresas acham que o tema é somente mais custos para o processo, produto ou serviço ficar mais caro. Que o investimento é somente para grandes empresas que possuem ações na bolsa de valores;
3. “Perfumaria”: alguns gestores acham que a sustentabilidade é somente algo a mais, ou seja, uma cereja no bolo e não muitas vezes a estrutura básica de um planejamento estratégico ou a base do desenvolvimento de um produto;
4. “Isso é puro marketing”: primeiramente, estes muitas vezes nem entendem o princípio dos estudos mercadológicos, que é muito mais do que o anúncio publicitário, ou seja, o tema sustentabilidade tem que perpassar todas as áreas da empresa;
5. Filantropia: “já fazemos as nossas doações para entidades”, pois tem muita gente que entende que a sustentabilidade é simplesmente doar e acabou. Sem um envolvimento real com a comunidade ou com as organizações ambientais;
6. Greenwashing: utilizar a “lavagem verde” para fingir que o produto é mais sustentável ou anunciar algo assim, induzindo o consumidor ao erro nas práticas ambientais ou nos benefícios ambientais de um produto ou serviço;
7. “As empresas só fazem se acreditar”: escuto muito esta frase dos meus alunos, que me perguntam se a empresa faz porque acredita ou por marketing. Atualmente fazem porque precisam, acreditando ou não.
Obviamente, o ideal é que a empresa supere estes 7 tópicos, além de outros mais que surgem no dia a dia. Numa pesquisa global de responsabilidade social corporativa da Nielsen, de 2014, com mais de 30 mil consumidores, em 60 países, mostrou que mais da metade (55%) dos entrevistados estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços de empresas comprometidas com o seu impacto positivo, social e ambiental. Esta resposta aumentou para 50%, em 2012, comparada aos 45%, em 2011.
Pois é, baseados neste estudo e em muitos outros podemos verificar que temos que superar nossos desafios e iniciar rapidamente a implementação do tema na nossa empresa e também no nosso dia a dia.